sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cotas nas universidades: Você é a favor ou contra?

O QUE SÃO COTAS RACIAIS?
As cotas raciais são um modelo de ação afirmativa implantado em alguns países para amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre raças. A primeira vez que essa medida foi tomada data de 1960, nos Estados Unidos, para diminuir a desigualdade socioeconômica entre brancos e negros.
No Brasil, as cotas raciais ganharam visibilidade a partir dos anos 2000, quando universidades e órgãos públicos começaram a adotar tal medida em vestibulares e concursos. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituição de ensino no Brasil a adotar o sistema de cotas raciais, em 2003, por meio de uma lei estadual aprovada em 2001. Já a Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira federal a adotar as cotas, em junho de 2004. De lá para cá o número de universidades que possuem ação afirmativa baseada em raças só aumentou e hoje já representa a maioria das universidades federais.
O sistema de cotas raciais no Brasil não beneficia apenas os negros. Nas instituições públicas da Região Norte, por exemplo, é comum a reserva de vagas ou empregos para indígenas e seus descendentes. Algumas universidades também destinam parte de suas vagas para candidatos pardos.
Independente do tipo de cota racial, para ser beneficiada a pessoa precisa assinar um termo autodeclarando sua raça e, às vezes, passar por uma entrevista. A subjetividade dessa entrevista é um dos pontos que mais geram discussão em relação às cotas raciais. Em 2007, gêmeos idênticos foram considerados de raças diferentes ao passarem por uma entrevista na UnB. Um pôde concorrer pelo sistema de cotas raciais, o outro não. Após repercussão do caso na mídia, a UnB voltou atrás e considerou os dois irmãos como sendo negros.
O assunto é bastante polêmico e nada indica que um dia deixará de ser. O Brasil tem atualmente a segunda maior população negra do mundo (atrás apenas da Nigéria) e é inegável que o país tem uma dívida histórica com negros e indígenas. Por outro lado, as cotas raciais já prejudicaram várias pessoas que perderam vagas ou empregos para concorrentes com menor pontuação ou qualificação.

Por Adriano Lemes
Equipe Brasil Escola

Argumentos à favor das cotas

A reserva de vagas dá oportunidade dos menos favorecidos frequentarem instituições de qualidade.

Mais da metade dos brasileiros se declararam negros, pardos ou indígenas no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Mesmo com este percentual, não é fácil encontrar por aí negros e pardos vivendo em situação igualitária com brancos. Uma das medidas que busca introduzir e diminuir a desigualdade entre brancos e negros no país é a chamada Lei de Cotas
A Lei nº 12.711 foi aprovada em 2012, o que representa que a partir desta data todas as instituições de ensino superior federais do país precisam obrigatoriamente reservar parte de suas vagas para alunos oriundos de escolas públicas, de baixa renda, e negros, pardo e índios. A reserva começou em 12,5% e precisa chegar aos 50% até 2016.
Segundo o professor de Cultura Brasileira Marcos Minuzzi, doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), essas medidas são importantes para mostrar que há uma preocupação sobre a intensa desigualdade no país. “Tenho opinião favorável, no sentido de que democratiza o acesso, considerando nossas grandes desigualdades sociais. Pode-se criticar o sistema ou tentar encontrar outras formas de democratização de acesso mais eficazes, mas o importante é que os mecanismos existentes refletem uma preocupação de resolver o problema”.
Além da dívida histórica que o país tem com os afrodescendentes por anos de exploração, a lei veio para minimizar as diferenças raciais e socioeconômicas que sempre existiram no Brasil. Aqui, somente 47,73% dos brasileiros se declaram brancos, segundo o Censo de 2010, tornando se assim um dos países mais miscigenados do mundo. Mesmo com toda essa mistura ainda há diferenças que gritam aos nossos olhos. 
As cotas sociais representam os motivos de sua própria existência. O abismo existente entre escolas públicas e particulares fornecem, claramente, oportunidades distintas a estudantes de classes sociais diferentes. Sem as cotas para os estudantes de classes sociais menos favorecidas, as cadeiras nas melhores universidades continuarão sendo conquistadas por candidatos com melhor estabilidade financeira. O ideal seria qualificar o ensino público, mas isso levaria décadas. 
A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição federal a aprovar cotas para minorias étnicas e raciais e a primeira instituição brasileira a aprovar cotas exclusivamente para negros. De 2004 até o 2013, 18,5% dos estudantes que se formaram pela universidade são negros e ingressaram na instituição graças ao sistema.
No Brasil, negros e pardos representam 52% da população, mas nas instituições federais esse índice cai para 40%, sendo 32% de pardos e apenas 8% negros, segundo estudo feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2011. Com a política de cotas a expectativa é que dentro de alguns anos este panorama mude e haja maior inclusão dos menos favorecidos na sociedade. 

Publicado por Letícia de Oliveira Januário em Cotas.


Argumentos contra as cotas

Criado em 2012, a lei de cotas no Brasil ainda promove grandes debates e gera protestos.

A reserva de vagas surgiu nos Estados Unidos em 1960 como ação afirmativa, para promover a igualdade social entre negros e brancos norte-americanos. Mas em 2007 esta política foi abolida pela Suprema Corte, com o pressuposto que o sistema de cotas em nada contribui para a igualdade das raças. 
O Sistema de Cotas no Brasil também foi instaurado através de ação afirmativa. As cotas em processos seletivos para ensino superior foi regulamentada pela Lei 12.711/2011, a chamada Lei de Cotas, que beneficia o acesso de estudantes da rede pública em instituições de ensino superior federais, com separação de vagas para candidatos de baixa renda, negros e índios.
Mas mesmo que a Lei tenha surgido para beneficiar parte da população, ainda há, por todo país e entre todas as classes, resistência com sua implementação.  A inconstitucionalidade da lei, a maquiagem na educação e reforço do preconceito nas universidades são os argumentos mais usados por quem é contra as cotas.
Para os que se posicionam contra a reserva de vagas sociais, o que mais intriga é que a Lei de Cotas não foi sancionada como parte de um plano para melhorar a educação no país, o que a torna um tapa buracos da rede pública de ensino. Somente em junho de 2014 foi sancionado o Plano Nacional de Educação, que prevê 10% do total do Produto Interno Bruto (PIB) para Educação, entre outras metas a serem cumpridas até 2020.
Outro argumento contra a política de reserva de vagas é a inconstitucionalidade da lei, já que segundo o artigo 5º da Constituição Federal brasileira somos todos iguais, sem distinção de qualquer natureza. Deste modo a reserva de cotas somente confirmaria a segregação social e racial existente no país. 
Há também quem até defende as cotas sociais, por conta da desigualdade socioeconômica que há no país, mas são contra as cotas raciais, que poderiam aumentar e instigar o racismo. As cotas raciais sem critérios econômicos também podem beneficiar negros que estudaram em escola particular e possuem renda alta, perdendo assim o sentido da ação afirmativa.
Publicado por Letícia de Oliveira Januário em Cotas
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A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema:
Cotas nas universidades: Você é a favor ou contra?
Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.







domingo, 4 de setembro de 2016

O que são Figuras de Linguagem?



 ALUNOS, SEGUE EXPLICAÇÃO MAIS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO SOBRE FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são recursos usados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida. É muito importante saber identificar as diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor diferentes textos. Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas.
Algumas mais usadas podem ser divididas em:
Figuras de Palavras
Catacrese: emprego de uma palavra no sentido figurado por não haver um termo próprio. Ex.: a perna dos óculos.

Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual. Ex.: A menina é uma flor.

Comparação: parecida com a metáfora, a comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar 1 característica parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim, etc). Ex: "O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente.".

Metonímia: substituição lógica de uma palavra por outra semelhante.
 Ex.: Beber um copo de vinho.

Onomatopeia: imitação de um som. Ex.: trrrimmmmm (telefone)

Perífrase: uso de uma palavra ou expressão para designar algo ou alguém. Ex.:Cidade Luz (Paris)

Sinestesia: mistura de diferentes impressões sensoriais. Ex.: o doce som da flauta
Figuras de Pensamento
Antítese: palavras de sentidos opostos. Ex.: bom/mau

Paradoxo: referente a duas idéias contraditórias em uma só frase ou pensamento. Ex: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor."

Eufemismo
: intenção de suavizar um fato ou atitude. Ex.: Foi para o céu (morreu)

Hipérbole
: exagero intencional. Ex.: morto de sono

Ironia
: afirmação contrária daquilo que se pensa. Ex.: É um santo! (para alguém com mau comportamento)

Prosopopeia ou Personificação
: atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Ex.: O sol está tímido.
Figuras de Construção

Aliteração: repetição de um determinado som nos versos ou frases.
 Ex: o rato roeu a roupa...

Anacoluto: alteração da construção normal da frase. Ex.: O homem, não sei o que pretendia.

Anáfora: repetição intencional de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido. Ex.: “Noite-montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite.Noite à procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade)

Elipse: omissão de um termo que pode ser identificado facilmente. Ex.: no trânsito, carros e mais carros. (há)

Pleonasmo: repetição de um termo, redundância. Ex.: subir para cima

Polissíndeto: repetição da conjunção entre os termos da oração. Ex.: “nem o céu, nem o mar, nem o brilho das estrelas”
Zeugma: omissão de um termo já expresso anteriormente. Ex: Ele gosta de Inglês; eu, (gosto) de Alemão.
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·  Identifique qual das alternativas trata-se de metáfora:
Eles morreram de rir daquela cena.
Aqueles olhos eram como dois faróis acesos.
Ah! O doce sabor da vitória!
Aquele velho é uma raposa!

·  "Muito bom aquele encanador. Colocou em nossa casa vários canos furados.". Esta frase trata-se de qual tipo de figura de linguagem?
Metonímia
Ironia
Indireta
Antítese

·  A figura de linguagem que ocorre no trecho "A voz áspera daquele cantor nos fazia ter vontade de morrer" ocorre em qual outro destes?
Aquela melodia era música nos meus ouvidos.
o cheiro bom das flores.
Cada vez que ela chegava perto, sentia o cheiro doce daquele perfume horrível.
Todos podiam ver como ela era parecida com sua vizinha.

·  Quais figuras de linguagem temos neste texto:"Às sete horas da manhã, a rua acordava. Era possível ouvir o grito irritantes daquelas lindas crianças que choravam rios de lágrimas enquanto suas mães terminavam de preparar o café da manhã. O brilho do sol naquele dia ensolarado não era suficiente para animar os adultos, que acordavam com o 'trim' do despertador para trabalhar."?
Personificação - Ironia - Hipérbole - Pleonasmo - Onomatopeia
Metáfora - Sarcasmo - Sinestesia - Hipérbole - Pleonasmo - Zeugma
Metonímia - Indireta - Sinestesia - Hipérbole - Pleonasmo - Zeugma
Personificação - Indireta - Sinestesia - Hipérbole - Pleonasmo – Onomatopeia

·  "Aquela personagem da novela é complicada: ela chora, e grita, e sofre, e teima, e perde, e ganha, e casa, e separa. Nunca vi igual.". O trecho exemplifica qual figura de linguagem?
Assíndeto
Hipérbole
Polissíndeto
Anáfora

·  Se o polissíndeto e a anáfora tem em comum a repetição, qual a diferença entre essas figuras de linguagem?
A anáfora tem uma repetição, mas não das conjunções. Elas são omitidas nesta figura de linguagem.
A repetição da anáfora é somente de sons, como 'três tigres comem três pratos de trigo', onde o som repetitivo do R é evidente.
A afirmação está incorreta. A anáfora não tem repetição e é completamente oposta ao polissíndeto porque omite as conjunções.
A anáfora é uma figura de linguagem que tem repetição de palavras e expressões. Ela não se prende só às conjunções.

·  Se omitirmos as conjunções na frase "Aquela personagem da novela é complicada: ela chora, e grita, e sofre, e teima, e perde, e ganha, e casa, e separa. Nunca vi igual.", temos qual figura de linguagem?
(Uma palavra, 9 letras.)

·  Na frase "Não tenho mais Maizena em casa", qual figura de linguagem é empregada?
Metáfora
Metonímia
Elipse
Zeugma

·  "É como mergulhar num rio e não se molhar" (Skank); "Tristeza não tem fim, felicidade sim" (Vinícius de Moraes). As frases acima são exemplos de:
Antítese e Zeugma
Paradoxo e Paradoxo
Paradoxo e Antítese
Antítese e Antítese
Zeugma e Paradoxo

·  "Aquele ser desprovido de inteligência era como palhaço: não queria saber de nada, só contava piada e fazia graça até que todos morressem de rir. Era uma situação difícil, até uma porta pensa mais que ele!". O texto possui as seguintes figuras:
Eufemismo - Comparação - Hipérbole - Personificação
Zeugma - Metáfora - Hipérbole - Personificação
Eufemismo - Metáfora - Hipérbole - Personificação
Metonímia - Comparação - Hipérbole - Personificação
Nenhuma das alternativas corresponde às figuras do texto.

·  Quando um elemento é omitido num texto sem que se perca o sentido, como na frase "Sobre a cama, cobertores e lençóis limpos.", temos:
(Uma palavra, 6 letras)

·  Se a elipse consiste na omissão de um elemento, qual a diferença entre ela e zeugma, que pressupõe também uma omissão?
Não há diferença, Zeugma e elipse são a mesma figura de linguagem.
Zeugma pressupõe apenas a omissão de conjunções, enquanto a elipse omite qualquer elemento.
A Zeugma, na verdade, não omite nenhum termo. Ela é uma repetição de elementos que já foram ditos.
Zeugma pressupõe a omissão de elementos que já foram mencionados anteriormente.

·  "O rato roeu a roupa do rei de roma". Qual é a figura de linguagem desta frase?
Aliteração
Gradação
Onomatopeia

* No trecho: "O pavão é um arco-íris de plumas", enquanto procedimento estilístico temos uma:
A) metáfora
B) comparação
C) metonímia
D) hipérbole
E) anáfora

*  No trecho: "...“Plunct, plact, zum, você não vai a lugar nenhum.” (Raul Seixas) encontramos a seguinte figura de linguagem:
A) onomatopeia
B) hipérbole
C) perífrase
D) eufemismo
E) metonímia

* No trecho: “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere”. (Vieira) encontramos a figura de linguagem chamada:
A) silepse de pessoa
B) elipse
C) anacoluto
D) hipérbole
E) anáfora

* Na expressão: “Todos estão morrendo de sede”, a figura de pensamento presente é:
A) metáfora
B) hipérbole
C) pleonasmo
D) anáfora
E) antítese

*  Na expressão: “Faz dois anos que ele entregou a alma a Deus.” a figura de linguagem presente é:
A) pleonasmo
B) comparação
C) eufemismo
D) hipérbole
E) anáfora

*  No trecho: “O vento beija meus cabelos. ” (Lulu Santos) tem-se a figura de linguagem:
A) prosopopeia
B) onomatopeia
C) metonímia
D) hipérbole
E) metáfora

*  “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado” (Martinho da Vila) a figura de linguagem é:
A) polissíndeto
B) comparação
C) metáfora
D) hipérbole
E) pleonasmo


*  “Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida”, a figura de linguagem na frase é:
A) prosopopeia
B) ironia
C) catacrese
D) hipérbole
E) anáfora

* (ADVISE 2009) No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de linguagem denominada:

anáfora

personificação

antítese

catacrese

metonímia
 * (FMU) Quando você  afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:

metonímia

antítese

paródia

alegoria

catacrese
* (U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:

sinestesia

eufemismo

onomatopeia

antonomásia

catacrese