Temas de Redação
Vai ficar de fora? Confira o tema A questão das drogas como
desafio mundial
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A questão das drogas
como desafio mundial, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
A prevalência do uso de drogas continua estável em todo o mundo, de
acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2015 do Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Estima-se que um total de 246 milhões de
pessoas – um pouco mais do que 5% da população mundial com idade entre 15 e 64
anos – tenha feito uso de drogas ilícitas em 2013. Cerca de 27 milhões de
pessoas fazem uso problemático de drogas, das quais quase a metade são pessoas
que usam drogas injetáveis (PUDI). Estima-se que 1,65 milhão de pessoas que
injetam drogas estavam vivendo com HIV em 2013. Homens são três vezes mais
propensos ao uso de maconha, cocaína e anfetamina, enquanto que as mulheres são
mais propensas a usar incorretamente opióides de prescrição e tranquilizantes.
Discursando sobre o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito
de Drogas, o Diretor Executivo do UNODC, YuryFedotov, observou que, embora o
uso de drogas esteja estável no mundo, apenas uma de cada seis pessoas que
fazem uso problemático de drogas tem acesso ao tratamento. “Mulheres, em
particular, parecem enfrentar mais barreiras para ter acesso ao tratamento –
enquanto, mundialmente, um em cada três usuários de drogas é mulher, apenas um
em cada cinco usuários de drogas em tratamento é mulher”. Além disso, Sr.
Fedotov declarou que é necessário trabalhar mais para promover a importância de
se entender e abordar a depêndencia como uma condição crônica de saúde a qual,
assim como diabetes ou hipertensão, requer tratamento e cuidados sustentados a
longo prazo. “Não existe um remédio rápido e simples para o uso problemático de
drogas e nós precisamos investir, a longo prazo, em soluções médicas baseadas
em evidências”.
Disponível em:
http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/23233-relatório-mundial-sobre-drogas-de-2015-o-uso-de-drogas-é-estável-mas-o-acesso-ao-tratamento-da-dependência-e-do-hiv-ainda-é-baixo
Texto 2
A literatura médica é vasta em apontar a influência de fatores
ambientais e culturais para o indivíduo se tornar dependente químico ou se
livrar das drogas. O local onde o usuário vive, com quem se relaciona e sua rotina,
têm correlação fundamental para a recuperação ou manutenção da dependência.
A articulação para reabilitação do usuário é mais favorável se ele está
na sua cidade ou bairro de origem, próximo da rede de assistência social, saúde
ou de apoio ao mercado de trabalho.
O que se verifica é que a manutenção de dependentes em tratamento no
mesmo local do consumo de drogas dificulta sua recuperação e favorece vínculos
com ações ilícitas. A demanda concentrada fortalece o tráfico local, que
substitui rapidamente criminosos presos e drogas apreendidas.
Disponível em:
http://amorexigente.com.br/uniad-unidade-de-pesquisa-em-alcool-e-drogas-o-desafio-das-drogas-e-o-consumo-nas-ruas/
Tema de Redação: O legado
dos jogos olímpicos no Brasil
Vai ficar de fora? Confira o tema O legado dos jogos olímpicos
no Brasil
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O legado dos jogos
olímpicos no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Quando a primeira edição sul-americana dos Jogos Olímpicos for aberta,
às 20h do dia 5 de agosto, uma turma vai celebrar a transformação do Rio.
Outros tantos vão torcer para que o país não dê vexame mundial. Ao mesmo tempo
em que uma multidão de brasileiros se dirige ao Rio para acompanhar as 306
provas de 42 modalidades que serão disputadas ao longo dos 19 dias do evento,
tem carioca planejando exílio voluntário no mesmo período.
Para quem vê a situação como a metade cheia do copo, a realização da Rio
2016 demandou custos menores em comparação com outras edições; os jogos vão
deixar um legado em termos de infraestrutura para a cidade, e o número recorde
da delegação presente será um marco para o país.
Já os que veem a metade do copo vazio, lamentam oportunidades perdidas
em de fato promover um legado, a desorganização e a falta de transparência, os
problemas de infraestrutura que ainda permanecem, a incompetência para o
cumprimento de compromissos assumidos para o evento, além de uma série de
fatores colaterais como o risco de terrorismo, a escalada de violência, o zika
e a grave crise do Estado do RJ.
Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/olimpiada/noticia/2016/07/legado-positivo-ou-vexame-mundial-o-que-esperar-da-rio-2016-6952102.html
Texto 2
O legado de imagem dos Jogos Rio 2016 para o Brasil é bastante positivo,
de acordo com resultados preliminares de pesquisa sobre a experiência de
visitantes nacionais e internacionais no país no período, divulgados hoje (18),
no Rio de Janeiro, pelo Ministério do Turismo. Segundo a pesquisa, 87,7% dos
turistas estrangeiros pretendem retornar ao Brasil e 94,2% dos brasileiros
desejam voltar ao Rio de Janeiro.
Foram entrevistados 4.150 turistas domésticos, que representam 83% da
amostra final, entre os dias 3 e 16 de agosto, nas arenas esportivas e no
Boulevard Olímpico; e 1.262 turistas estrangeiros (38% da amostra final), no
período de 6 a 16 deste mês, nos aeroportos internacionais do Rio de Janeiro e
São Paulo. Nas fronteiras terrestres de Foz do Iguaçu, Uruguaiana e São Borja,
as entrevistas serão efetuadas entre os dias 20 e 22 deste mês. A pesquisa terá
continuidade até os Jogos Paralímpicos, prevendo-se a divulgação da sondagem
completa até o final deste ano.
Tanto turistas domésticos como internacionais avaliaram a viagem de
forma positiva. Para 98,7% dos brasileiros que vieram ao Rio de Janeiro, a
visita atendeu ou superou as expectativas. Entre os estrangeiros, o índice
atingiu 83,1%. A região brasileira que mais enviou turistas ao Rio de Janeiro
foi a Sudeste (51,1%), com destaque para os estados de São Paulo (33,1%) e
Minas Gerais (11%), seguida do Nordeste (18,5 e Sul (15,7%). Já a liderança
entre os turistas internacionais foi exercida pelos Estados Unidos (21,2%) e
Argentina (14,8%).
Disponível em:
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/legado-da-olimpiada-e-positivo-para-o-brasil-entre-turistas
Texto 3
Representantes de universidades e movimentos sociais que participam da
Jornada de Lutas Contra Rio 2016, os Jogos da Exclusão, criticaram hoje (2) o
que o Poder Público considera legado da Olimpíada, como as obras do Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT), os corredores de ônibus BRT e a remodelação da zona
portuária do Rio de Janeiro. Segundo os ativistas, esses projetos não
conseguirão dar mais qualidade de vida à população mais pobre, que vive nos
bairros mais afastados.
“Em detrimento dos programas sociais, os acordos com as grandes empresas
foram mantidos na Olimpíada. Mas cadê o projeto de urbanização das favelas, que
foi prometido? Onde está o projeto de despoluição da Baía de Guanabara? Os
projetos que beneficiariam a população foram abandonados, em troca dos acordos
com os grandes grupos econômicos e as empreiteiras. Isso tudo demonstra que a
Olimpíada é um grande negócio”, criticou o professor do Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano da UFRJ Orlando Santos.
Segundo ele, a maior parte das obras para a Olimpíada valorizou poucas regiões da cidade e acabou empurrando a população mais pobre para ainda mais longe.
Segundo ele, a maior parte das obras para a Olimpíada valorizou poucas regiões da cidade e acabou empurrando a população mais pobre para ainda mais longe.
“É preciso desconstruir essa ideia de legado, que é uma palavra mágica
capaz de legitimar um projeto que não teve nenhuma discussão e nenhuma
transparência. A gente percebe que a prioridade dos investimentos foi em três
áreas da cidade: zona sul, área portuária e Barra da Tijuca. Tem um processo de
elitização desses mesmos espaços, com a realocação das classes populares que
habitavam esses lugares para a periferia. Um projeto que reproduz o modelo
segregador”, destacou o professor.
Mesmo obras de grande visibilidade, como o VLT, são contestadas pelos
movimentos sociais, pois, segundo eles, não foram discutidas com a população e
não conseguem atender à demanda real por transporte público no Rio.
“Queremos mostrar a realidade na cidade que está recebendo os Jogos
Olímpicos. Eles poderiam ter sido realmente um fator de desenvolvimento da
cidade, uma melhoria na vida dos moradores, mas a gente percebe que nenhum
legado efetivo vai deixar. O VLT é um legado aparente, é um Veículo Leve para
Turistas. Não tem nenhuma utilidade para o cidadão comum no centro, a não ser para
os turistas”, disse o coordenador da Central dos Movimentos Populares, Marcelo
Edmundo.
Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/rio-2016/noticia/2016-08/movimentos-sociais-questionam-legado-dos-jogos-olimpicos
Tema de Redação: A prática
de bullying nas escolas do Brasil
O Tema de Redação da Semana 36 já está liberado! Quer saber qual é?
Confira abaixo o tema e a proposta de redação, com a coletânea de textos, para
você treinar a sua escrita e garantir uma boa nota do vestibular!
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A prática de bullying
nas escolas do Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Bullying é uma palavra inglesa que significa intimidação. Infelizmente,
é uma palavra que está em moda devido aos inúmeros casos de perseguição e
agressões que se estão detectando nas escolas e colégios, e que estão levando a
muitos estudantes a viverem situações verdadeiramente aterradoras.
O Bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas,
intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um
ou mais estudantes contra outro ou outros. O que exerce o “bullying” o faz para
impor seu poder sobre outro através de constantes ameaças, insultos, agressões,
humilhações, etc., e assim tê-lo sob seu completo domínio durante meses,
inclusive anos. A vítima sofre calada na maioria dos casos. O maltrato
intimidatório o fará sentir dor, angústia, medo, a tal ponto que, em alguns
casos, pode levá-los a consequências devastadoras como o suicídio.
Disponível em:
http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/51-violencia-escolar-ou-bullying.html
Texto 2
A lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e
combate o bullying entrou em vigor nesta semana. O texto, publicado no “Diário
Oficial da União” de 9 de novembro havia sido aprovado pela Câmara em outubro e
enviado para a sanção presidencial.
Pelo texto aprovado, bullying é definido como a prática de atos de
violência física ou psíquica exercidos intencional e repetidamente por um
indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou
agredir, causando dor e angústia à vítima.
O projeto determina que seja feita a capacitação de docentes e equipes
pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim
como a orientação de pais e familiares, para identificar vítimas e agressores.
Também estabelece que sejam realizadas campanhas educativas e fornecida
assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores. Segundo
o texto, a punição dos agressores deve ser evitada “tanto quanto possível” em
prol de alternativas que promovam a mudança de comportamento hostil.
Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/02/
lei-que-obriga-escolas-e-clubes-combaterem-bullying-entra-em-vigor.html
lei-que-obriga-escolas-e-clubes-combaterem-bullying-entra-em-vigor.html
Texto 3
Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que
sofrido bullying, não apenas na escola, mas em qualquer ambiente que
frequentam. Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas
disseram já ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe
para 24,2%. A prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos
entrevistados disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%).
Sofreram bullying com frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano,
principalmente por causa da aparência do corpo ou do rosto. A incidência das
provocações é um pouco maior nas escolas públicas (7,6%) que nas particulares
(6,5%).
Disponível em:
http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2016/08/26/alunos-dizem-mais-praticar-do-que-sofrer-bullying-mostra-pesquisa-do-ibge.html
Tema de Redação: Juventude
e participação política em questão no mundo contemporâneo
Vai ficar de fora? Confira o tema Juventude e participação política em questão no mundo
contemporâneo
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Juventude e
participação política em questão no mundo contemporâneo, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto 1
A inclusão da juventude nos debates políticos é um dos desafios da
democracia em todo o mundo. No Brasil, essa questão ganhou contornos especiais
com as manifestações de junho de 2013, quando milhares de pessoas, na maioria
jovens, foram às ruas numa explosão social que há muito não se via. Nesse
contexto, são fundamentais os debates levantados pelo Dia Internacional da
Juventude, comemorado em 12 de agosto e que, em 2015, teve como tema escolhido
pelas Organizações das Nações Unidas a “Participação Cidadã da Juventude”
(tradução livre de “Youth Civic Engagement”).
A ampliação da presença do jovem na esfera pública encontra desafios nas
duas pontas do processo. Se por um lado é necessário modificar a estrutura das
instituições para que elas se tornem mais abertas para ouvir as demandas dos
jovens, por outro é igualmente fundamental fazer a juventude se interessar por
política e criar uma cultura de participação.
Disponível em:
https://observatoriosc.wordpress.com/2015/08/14/participacao-do-jovem-e-desafio-para-aprofundar-democracia/
Texto 2
Os jovens, ao contrário do que insinua o senso comum, não são
desinteressados da participação na vida pública. O que é fato, contudo,
diagnosticado por diferentes investigações no Brasil e em outros países, são as
mutações nas formas e conteúdos da participação motivadas pelas novas
configurações sociais que interferem nas motivações e condições objetivas que
favorecem ou inibem processos de participação.
Os jovens, evidentemente não todos, mantêm a motivação para a
participação, porém, é um número reduzido que se encontra disposto a fazê-lo em
espaços tradicionais e institucionalizados e também em torno de propostas cujos
significados não dialogam com as contemporâneas condições de vivência do tempo
da juventude. Um dos traços característicos da vida juvenil, hoje, vem a ser o
maior campo de autonomia que os jovens possuem frente aos adultos e às
instituições, e a capacidade que diferentes coletivos de jovens têm demonstrado
na invenção de novos espaços-tempos de participação.
Pesquisas recentes (Instituto Cidadania, 2003; Ação Educativa, 2003;
IBASE/POLIS, 2004; Santos Junior, 2004; UNESCO, 2005) apontam que a
participação dos jovens em entidades, associações e agremiações é de baixa
intensidade e acompanha tendência participativa do conjunto da população brasileira.
O Perfil da Juventude Brasileira (2003) aponta que, dos jovens entrevistados,
apenas 15% participa de algum tipo de grupo juvenil. Quase metade desses jovens
participa de grupos culturais, 4% deles de grupos religiosos e a participação
em partidos políticos não chegou a ser diferenciada em números relativos,
ficando agregada à categoria “outros”.
Em 2003, pesquisa de opinião encomendada pelo Observatório da Educação
da ONG Ação Educativa procurou conhecer a participação dos cidadãos brasileiros
nas instâncias e mecanismos de elaboração, monitoramento e avaliação de
políticas públicas. Chamou atenção o fato da maioria dos entrevistados (56%)
não desejar participar das práticas capazes de influenciar nas políticas
públicas. Daqueles que desejam participar, destacam-se os jovens mais
escolarizados e as pessoas de maior renda. Um número expressivo de pessoas
revelou desmotivação em participar por falta de informação (35%); neste grupo a
maior incidência é dos mais jovens, entre 16 e 24 anos, os menos escolarizados
e os de menor renda.
Disponível em:
http://www.uff.br/observatoriojovem/materia/formas-e-conteúdos-da-participação-de-jovens-na-vida-pública
Texto 3
O debate político está presente o tempo todo nos grupos de jovens,
dentro ou fora da escola. Nas conversas de corredores das escolas, nos espaços
das igrejas, nos bares, a todo instante os jovens estão partilhando suas vidas,
comentando sobre problemas que atravessam seus cotidianos. Tais partilhas são
pouco valorizadas em sala de aula e em outros grupos. Nossa vida é composta por
questões privadas e públicas. As questões públicas que atravessam nossas vidas
como o desemprego, a qualidade na educação, o acesso a bens culturais, a
circulação pela cidade estão latentes na vida da maioria da juventude. É
necessário colocar a vida, os gostos, as práticas dos jovens na cena pública. É
preciso fazer o jovem sacar que uma questão pesada pra ele e que diz respeito à
maioria dos jovens é algo público. E para isso não basta uma ação privada,
individual, mas uma ação pública, ou seja, uma ação política. Enquanto não
percebermos que falar de política é tratar da nossa vida, o debate político
sempre será entendido como algo distante.
Disponível em:
http://www.mundojovem.com.br/entrevistas/participacao-politica-quando-o-jovem-entra-em-cena
Tema de Redação: A
cordialidade brasileira e suas consequências em questão no século XXI
Vai ficar de fora? Confira o tema A cordialidade brasileira e suas consequências em
questão no século XXI
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A cordialidade
brasileira e suas consequências em questão no século XXI, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto 1
Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a
civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A
lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas
por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido
do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e
fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados
no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam
significar “boas maneiras” , civilidade. São antes de tudo expressões legítimas
de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante.
HOLANDA, Sérgio Buarque. “Raízes do Brasil”. 26. ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
Texto 2
Poucos conceitos se prestam a tamanha confusão quanto o de “homem
cordial”, central no livro Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque
de Holanda (1902-1982). Logo após a publicação da obra em 1936, o escritor
Cassiano Ricardo implicou com a expressão. Para ele, a ideia de cordialidade,
como característica marcante do brasileiro, estaria mal aplicada, pois o
termo adquirira, pela dinâmica da linguagem, o sentido de polidez –
justamente o contrário do que queria dizer o autor.
A polêmica sobre a semântica teria ficado perdida no passado não fosse o
fato de que, até hoje, muitas pessoas, ao citar inadvertidamente a obra,
emprestam à noção de Buarque de Holanda uma conotação positiva que, desde
a origem, lhe é estranha. Em resposta a Cassiano, o autor explicou
ter usado a palavra em seu verdadeiro sentido, inclusive etimológico, que
remete a coração. Opunha, assim, emoção a razão.
Apesar do zelo do autor, no entanto, o equívoco persistiu. Afinal, o que
haveria de errado na cordialidade brasileira, nesse sentido de
afetuosidade típica de um povo? Não haveria nada condenável se a
afabilidade se desse em ambiente privado, em relações entre familiares e
amigos. A expressão “homem cordial”, a propósito, fora cunhada anos antes,
por Rui Ribeiro Couto, que julgou ser esse tributo uma contribuição latina
à humanidade.
O problema surge quando a cordialidade se manifesta na esfera pública.
Isso porque o tipo cordial – uma herança portuguesa reforçada por traços
das culturas negra e indígena – é individualista, avesso à hierarquia,
arredio à disciplina, desobediente a regras sociais e afeito ao paternalismo e
ao compadrio, ou seja, não se trata de um perfil adequado para a vida
civilizada numa sociedade democrática.
Disponível em:
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_jeitinho_do_homem_cordial.html
Texto 3
Um dos estereótipos mais arraigados em relação à cultura brasileira é a
de que somos um povo alegre, hospitaleiro e festeiro. Ora, de cada 100
assassinatos ocorridos no mundo, 13 verificam-se no Brasil. O pensamento
machista domina a sociedade de alto a baixo —uma em cada três pessoas
(homens e mulheres) acredita que o estupro ocorre por causa do
comportamento feminino. A violência no trânsito é responsável pela
terceira maior causa de óbitos no Brasil, logo após as doenças cardíacas e o
câncer.
Talvez tenhamos que repensar o caráter do brasileiro. Afirmar que os
brasileiros somos naturalmente alegres é desconhecer a insatisfação
latente que vigora nos trens, ônibus e vagões de metrô lotados. Falar que
os brasileiros somos tolerantes é desconhecer nosso machismo, nossa homofobia,
nosso racismo. Dizer que os brasileiros somos solidários é desconhecer
nossa imensa covardia para assumir causas coletivas. A frustração, como já
alertou uma canção do Racionais MC, é uma máquina de fazer vilão.
No fundo, estamos empurrando a sociedade para o beco sem saída do autismo
social.
Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/03/opinion/1433333585_575670.html.
Vai ficar de fora? Confira o tema O livro na era da digitalização do escrito e da
adoção de novas ferramentas de leitura
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O livro na era da
digitalização do escrito e da adoção de novas ferramentas de leitura,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
[…] fiquei sabendo que a Amazon Books – a livraria on-line mais famosa
do mundo – havia inaugurado sua primeira loja física nos Estados Unidos. Depois
de duas décadas de vendas pela internet, ameaçando a existência das livrarias
tradicionais, a gigante do comércio eletrônico se instalou numa loja de
shopping com os 6 mil títulos mais vendidos e mais bem avaliados no seu site.
Ou seja: em vez do texto virtual, para os leitores digitais, ou da encomenda
on-line, as pessoas poderão pegar o livro na mão, apertar como se fosse um
tomate, folhear e cheirar à vontade, exatamente como fazem os frequentadores da
nossa feira porto-alegrense. E o mais importante: poderão levar o produto com
elas, abrir e consumir em qualquer lugar, sem necessidade de bateria, wi-fi ou
3G.
Adaptado de: SOUZA, Nilson. Livros e tomates. Zero Hora. Segundo
Caderno. 7 nov. 2015. p. 7.
Texto 2
“Das duas, uma: ou o livro permanecerá o suporte da leitura, ou existirá
alguma coisa similar ao que o livro nunca deixou de ser, mesmo antes da
invenção da tipografia. As variações em torno do objeto livro não modificaram
sua função, nem sua sintaxe, em mais de quinhentos anos. O livro é como a
colher, o martelo, a roda ou a tesoura. Uma vez inventados, não podem ser
aprimorados. Você não pode fazer uma colher melhor que uma colher […]. O livro
venceu seus desafios e não vemos como, para o mesmo uso, poderíamos fazer algo
melhor que o próprio livro. Talvez ele evolua em seus componentes, talvez as
páginas não sejam mais de papel. Mas ele permanecerá o que é.”
ECO, Umberto;
CARRIÈRE, Jean-Claude. Não contem com o fim do livro. Trad. André Telles.
Rio de Janeiro-São Paulo: Record, 2010. p. 14.
Tema de Redação: Como lidar
com o sedentarismo infantil no Brasil?
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Como lidar com o
sedentarismo infantil no Brasil?, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
A falta de atividade física da criança urbana de hoje é considerada
pelos especialistas uma das principais causas da epidemia de obesidade infantil
que se dissemina em diversos países, inclusive no nosso.
Um trabalho realizado na Cidade do México mostrou que o risco de
obesidade caiu 10% para cada hora de atividade física de intensidade moderada
ou forte praticada diariamente pela criança. Estudo semelhante conduzido na
Carolina do Sul chegou à mesma conclusão: crianças mais ativas são mais magras
do que aquelas que se movimentam pouco.
O número de horas que a criança passa diante da TV, entretida com
programas infantis ou videogames, está diretamente ligado ao aumento de peso. O
trabalho realizado na Cidade do México encontrou um aumento de 12% no risco de
desenvolver obesidade para cada hora por dia na frente da TV. Os autores
concluíram que a TV aumenta o risco de obesidade não só por desviar a criança das
atividades físicas, mas por induzir à ingestão de alimentos altamente
calóricos.
Pesquisadores americanos e ingleses contaram o número de comerciais na
televisão que anunciam doces, balas, chocolates, refrigerantes, biscoitos e
outros alimentos de conteúdo energético alto e chegaram à conclusão de que, nos
seus países, cada criança fica exposta a dez desses comerciais por hora. Outro
trabalho comprovou que crianças de três a cinco anos submetidas a esse
bombardeio diário dos anunciantes costumam escolher as guloseimas apregoadas na
TV, quando são oferecidas como opção frutas e outros alimentos saudáveis.
Disponível em:
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/criancas-obesas-e-sedentarias/
Texto 2
O sedentarismo é a segunda causa de morte no planeta, matando cerca de
5,4 milhões de pessoas por ano. Para motivos de comparação, mata mais que o
diabetes, custa duas vezes mais que a obesidade e três vezes mais que o
tabagismo – tanto que é mais comum as pessoas terem familiares sedentários que
fumantes.
A falta de liberdade para brincar na rua é apenas um dos fatores que
indicam por que estamos mais inativos. No caso das crianças, enquanto a
violência faz com que elas fiquem presas dentro de casa, os videogames, a
televisão e os tablets ajudam a mantê-las ainda mais quietas e sedentárias. “O
que mais explica esse fenômeno é sem dúvida a internet. Primeiro porque há um
fascínio dos pais com a habilidade do filho de dois, três, quatro anos de idade
de mexer com a tecnologia. Segundo porque tem a acomodação em deixar a criança
na frente do computador, porque é mais seguro”, explica o médico Victor
Matsudo, especialista em medicina esportiva e coordenador científico do Centro
de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS).
O desenvolvimento da tecnologia também impactou as máquinas e veículos
que utilizamos no nosso dia a dia e, principalmente, no local de trabalho,
diminuindo o esforço preciso para fazer determinadas tarefas. Só nos sobra um
momento para compensar essa movimentação que nos era exigida nas atividades
domésticas, no trabalho e no deslocamento: a hora do lazer.
Qual a necessidade de mudar esse cenário? De acordo com a iniciativa
“Desenhado para o Movimento”, iniciada pela Nike em 2010 em parceria com
diversas organizações, hoje é estimado que a expectativa de vida das crianças
com 10 anos de idade seja menor que a de seus pais. Isso porque uma vida
inativa afeta não só a saúde, mas também a economia, o desenvolvimento motor e
até o desempenho escolar.
Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/porque-evitar-sedentarismo-788077.shtml
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O preconceito
linguístico e seus efeitos em discussão no Brasil, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
Texto 1
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi
criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa
mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o
molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo… Também a
gramática não é a língua.
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa
é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada
norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é
parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser
autoritariamente aplicada a todo o resto da língua — afinal, a ponta do iceberg
que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa
aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia
geradora do preconceito linguístico.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed.
Loyola: São Paulo, 2002
Texto 2
“Sou filha de empregada doméstica e cresci ouvindo minha mãe, que tinha
baixa escolaridade, falar. Quando ingressei na escola, estranhei a forma como
as pessoas falavam. Era muito diferente da minha. Então, procurava ficar
quieta, pois tinha medo de ser corrigida pela professora”. Essa é uma narrativa
de uma estudante do curso de Pedagogia que me fez refletir sobre o preconceito
linguístico dentro da escola, sobre o sofrimento e exclusão das crianças quando
submetidas à avaliação equivocada da linguagem “certa” e a “errada”.
“Quem fala errado não sabe nada”. Com base nesse mito tão bem discutido
por Marcos Bagno, no livro Preconceito Linguístico, a mãe que fala “mode que”
em lugar de “por causa de” tem tratamento diferenciado na escola. A criança que
diz “nós vai” é muitas vezes corrigida, em alto e bom som.
Precisamos superar práticas pedagógicas que, muitas vezes, amordaçam os
alunos e ridicularizam suas linguagens, em um apagamento intencional de suas
heranças biográficas.
Disponível em:http://novaescola.org.br/blogs/questao-de-ensino/e-preciso-combater-o-preconceito-linguistico-na-escola/
Texto 3
O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado
principalmente das práticas escolares. A escola sempre foi muito autoritária,
muitas vezes as pessoas tinham que esquecer a língua que já sabiam e aprender
um modelo de língua. Qualquer manifestação fora desse modelo era considerada
erro, e a pessoa era reprimida, censurada, ridicularizada.
Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meio de comunicação. Infelizmente, pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias, assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos errados e o que apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. Isso ficou muito evidente durante todas as campanhas presidenciais de que Lula participou. Uma das principais acusações que seus adversários faziam era essa: como um operário sem curso superior, que não sabe falar, vai saber dirigir o país? Mesmo depois de eleito, não cessaram as acusações de que falava errado. A mídia se portava como a preservadora de um padrão linguístico ameaçado inclusive pelo presidente da República.
Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meio de comunicação. Infelizmente, pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias, assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos errados e o que apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. Isso ficou muito evidente durante todas as campanhas presidenciais de que Lula participou. Uma das principais acusações que seus adversários faziam era essa: como um operário sem curso superior, que não sabe falar, vai saber dirigir o país? Mesmo depois de eleito, não cessaram as acusações de que falava errado. A mídia se portava como a preservadora de um padrão linguístico ameaçado inclusive pelo presidente da República.
Disponível em:
http://www.cartacapital.com.br/politica/preconceito-que-cala-lingua-que-discrimina
Tema de Redação: A
exploração trabalhista na sociedade moderna
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema A exploração trabalhista na
sociedade moderna, apresentando proposta de intervenção, que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Quem compare, por exemplo, o regime do trabalho das velhas corporações e
grêmios de artesãos com a ‘escravidão dos salários’ nas usinas modernas tem um
elemento precioso para o julgamento da inquietação social dos nossos dias. Nas
velhas corporações, o mestre e seus aprendizes e jornaleiros formavam como uma
só família, cujos membros se sujeitavam a uma hierarquia natural, mas que
partilhavam das mesmas privações e confortos. Foi o moderno sistema industrial
que, separando os empregadores e empregados nos processos de manufatura e
diferenciando cada vez mais suas funções, suprimiu a atmosfera de intimidade
que reinava entre uns e outros e estimulou o antagonismo de classe. O novo
regime tornava mais fácil, além disso, ao capitalista, explorar o trabalho de
seus empregados, a troco de salários ínfimos.
Para o empregador moderno – assinala um sociólogo norte-americano, o empregado transforma-se em um simples número: a relação humana desapareceu. A produção em larga escala, a organização de grandes massas de trabalho e complicados mecanismos para colossais rendimentos, acentuou, aparentemente, e exacerbou a separação das classes produtoras, tornando inevitável um sentimento de irresponsabilidade, da porte dos que dirigem, pela vida dos trabalhadores manuais.
Para o empregador moderno – assinala um sociólogo norte-americano, o empregado transforma-se em um simples número: a relação humana desapareceu. A produção em larga escala, a organização de grandes massas de trabalho e complicados mecanismos para colossais rendimentos, acentuou, aparentemente, e exacerbou a separação das classes produtoras, tornando inevitável um sentimento de irresponsabilidade, da porte dos que dirigem, pela vida dos trabalhadores manuais.
BUARQUE DE HOLLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995, 26 a edição, p. 142
Texto II
O que constitui a alienação do trabalho? Primeiramente, ser o trabalho
externo ao trabalhador, não fazer parte de sua natureza, e por conseguinte, ele
não se realizar em seu trabalho mas negar a si mesmo, ter um sentimento de
sofrimento em vez de bem-estar, não desenvolver livremente suas energias
mentais e físicas mas ficarfisicamente exausto e mentalmente deprimido. O
trabalhador, portanto, só se sente à vontade em seu tempo de folga, enquanto no
trabalho se sente contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, porém imposto, é
trabalho forçado. Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio
para satisfazer outras necessidades. Seu caráter alienado é claramente atestado
pelo fato, de logo que não haja compulsão física ou outra qualquer, ser evitado
como uma praga. O trabalho exteriorizado, trabalho em que o homem se aliena a
si mesmo, é um trabalho de sacrifício próprio, de mortificação. Por fim, o
caráter exteriorizado do trabalho para o trabalhador é demonstrado por não ser
o trabalho dele mesmo mas trabalho para outrem, por no trabalho ele não se
pertencer a si mesmo mas sim a outra pessoa.(…) É atividade de outrem e a perda
de si mesmo.
MARX, Karl. O trabalho alienado. In: http://pcb.org.br/fdr/index.php?
option=com_content&view=article&id=164:o- trabalho-alienado-de-marx&catid=8:biblioteca-comunista
Texto III
O conselho da cidade de Gotemburgo, na Suécia, aprovou uma experiência
que reduzirá para seis horas a jornada de trabalho diária de parte dos
funcionários públicos e deixará outra parte com as oito horas atuais, mantendo
os mesmos salários, segundo informou o jornal The Independent.
Com duração de um ano, o teste servirá para avaliar se uma jornada de
trabalho menor pode diminuir o número de faltas por problemas de saúde e até
melhorar a produtividade.
Experimentos do tipo já foram feitos em outros lugares do mundo e
mostraram que após um tempo os trabalhadores acabam cansados, mesmo com a
jornada reduzida”. Suécia fará teste com 6h diárias de trabalho e salário
igual.
In: http://economia.terra.com.br/suecia-fara-teste-
com-6h-diarias-de-trabalho-e-salario-igual,febf41a4ef645410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html
Tema de Redação: Mobilidade
Urbana no século XXI – O ir e vir em questão na sociedade brasileira
Vai ficar de fora? Confira o tema Mobilidade Urbana no século XXI – O ir e vir em
questão na sociedade brasileira
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema Mobilidade Urbana no século
XXI – O ir e vir em questão na sociedade brasileira, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto I
Os movimentos e protestos populares a que o Brasil assistiu nos meses de
junho e julho de 2013 trouxeram à tona a questão da mobilidade urbana e da
acessibilidade, que está implicada (e diretamente) na formação e construção da
identidade do indivíduo. Chaves na sociabilização dos habitantes de uma cidade,
elas propiciam o acesso a seus recursos mais importantes: o capital social,
cultural e econômico.
Assim, o direito à cidade é um dos direitos maiores das sociedades
modernas. Uma das condições decisivas para que a acessibilidade aos bens
urbanos se efetive é a mobilidade urbana, algo que vai além de transportes e da
mera funcionalidade da cidade.
A mobilidade urbana não deve ser pensada apenas pelo viés técnico, como
área de domínio dos engenheiros especializados, pois não se trata apenas de
ofertar meios de transporte para uma demanda de circulação, instalando
equipamentos e tecnologias. É a cidade que precisa ser pensada em conexão com a
questão da mobilidade e, de fato, isso não ocorre no Brasil.
Uma questão-chave que precisa ser compreendida: a cidade condiciona as
formas de mobilidade, como as condições de mobilidade influem sobre a cidade.
Conectar as dimensões nos leva a perguntar: que mobilidade para qual tipo de
cidade? A forma da cidade, morfologia urbana, não pode ser abstraída quando se
pensa a mobilidade urbana. Mas, por incrível que pareça, tudo o que
acompanhamos sobre as questões relativas à mobilidade urbana das cidades
brasileiras ignora essa relação.
Disponível em: http://www.cartanaescola.com.br/single/show/157.
Texto II
O trânsito se tornou uma das maiores dores de cabeça para a população. O
acúmulo de veículos nas ruas causa prejuízos, estresse, acidentes e poluição, e
tende a piorar nos próximos anos, caso não sejam adotadas políticas mais
eficientes.
O problema agravou-se nas últimas décadas graças à concentração de
pessoas nas cidades, à falta de planejamento urbano, aos incentivos à indústria
automotora e ao maior poder de consumo das famílias. Isso tudo provocou o que
os especialistas chamam de crise de mobilidade urbana, que acontece quando o
Estado não consegue oferecer condições para que as pessoas se desloquem nas
cidades.
Segundo o relatório “Estado das Cidades da América Latina e Caribe”, 80%
da população latino-americana vive em centros urbanos e 14% (cerca de 65
milhões) habita metrópoles como São Paulo e Cidade do México. Ocorre que
esse aumento contínuo da população urbana não foi acompanhado de políticas de
urbanização e infraestrutura que resolvessem questões como moradia e
transporte.
A má qualidade do transporte público e o incentivo ao consumo faz a
população optar pelo transporte individual. De acordo com o Observatório das
Metrópoles, a frota de veículos nas metrópoles brasileiras dobrou nos últimos
dez anos, com um crescimento médio de 77%. Os dados revelam que o número de
automóveis e motocicletas nas 12 principais capitais do país aumentou de 11,5
milhões para 20,5 milhões, entre 2001 e 2011. Esses números correspondem a 44%
da frota nacional.
Trecho disponível em
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/
atualidades/mobilidadeurbana-como-solucionar-o-problema-do-transito-nas-metropoles.htm
Tema de Redação: Os
obstáculos na doação de sangue no Brasil
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema Os obstáculos na doação de
sangue no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
É preciso criar o hábito de doar. Atualmente, são coletadas no Brasil,
cerca de 3,6 milhões de bolsas/ano, o que corresponde ao índice de 1,8% da
população doando sangue. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros
da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha para
aumentar este índice. O Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18
para 16 anos (com autorização do responsável) e aumentou de 67 para 69 anos a
idade máxima para doação de sangue no País.
Alguns estados como São Paulo e o Distrito Federal fornecem vantagens
para os doadores regulares de sangue. Existem leis que isentam da taxa de
inscrição os doadores de sangue que quiserem prestar concursos públicos
realizados pela Administração Direta, Indireta, Fundações Públicas e
Universidades Públicas do Estado.
Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/
35615-a-importancia-da-doacao-regular-de-sangue.html
Texto II
Os estoques de sangue estão acabando nos hospitais e hemocentros de todo
o Brasil, Para incentivar a doação, está no ar a campanha “Junho
Vermelho”, que nós apoiamos. Em todo o país, vários monumentos foram
iluminados na cor vermelha durante esta semana para lembrar a população a
respeito da importância da doação de sangue. Neste período, em que, com
férias escolares e, em algumas regiões, inverno rigoroso, é comum o número
de doadores diminuir muito – isso mesmo sendo um período de grande demanda
por causa das festas juninas, tanto por causa do grande movimento nas
estradas quanto por causa de acidente com fogos.
No Brasil, os doadores correspondem a apenas 1,9% da população, mas a
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que 3% a 5% dos habitantes de
um país sejam doadores. Nesse período é comum o número de doadores cair
até 30%.
Disponível em:
http://www.cesar.org.br/pressreleases/15/06/2016/junho-vermelho-incentiva-adoacao-de-sangue’
Texto III
Realmente o brasileiro ainda não tem a consciência da importância da
doação. Aqueles que já precisaram de transfusão de algum hemocomponente
para si ou para pessoas de sua família passam a compreender a necessidade
de realizarem doações periodicamente. A mudança desta cultura somente se
faz através da conscientização e da educação dos jovens. Existem vários
projetos, em vários serviços do país, da educação para doação nas escolas. Ao
conseguir sensibilizar as crianças e jovens sobre a importância de doadores
consegue-se pequenos captadores em suas famílias e futuros doadores.
Acredito que esta é a principal ação que devemos fazer para a mudança
dessa cultura. Mas até conseguir esta mudança, campanhas direcionadas para
o público adulto se fazem necessárias para que os estoques dos serviços
se mantenham adequados. As campanhas de captação de doadores devem também
sensibilizar aqueles adultos que ainda não compareceram a um serviço para
realizar a doação. E também aqueles que já doaram, para se tornarem
doadores fidelizados.
Junia Mourão Cioffi, diretora de comunicação da Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, a ABHH
Disponível em:
http://www.labnetwork.com.br/destaque/entrevista-junia-m-cioffi-da-abhh-
falasobre-o-panorama-das-doacoes-de-sangue-no-brasil/
falasobre-o-panorama-das-doacoes-de-sangue-no-brasil/
Texto IV
No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta terça-feira (14), a
polêmica em torno da doação por homossexuais volta à discussão no cenário
mundial. Isso porque, após atentado à boate gay em Orlando (EUA), no
último domingo (12) – que culminou com 50 mortos e 53 feridos – muitos
homossexuais, dispostos a ajudar, se viram impedidos por infringir as
regras norte-americanas.
Nos Estados Unidos, a legislação diz o mesmo que as normas do Brasil:
“homens que tenham mantido relações sexuais com outro homem no último ano
não podem doar”. A determinação faz com que, na prática, integrantes desse
grupo sejam impedidos de fazer a doação.
Uma campanha lançada em abril deste ano pela agência de publicidade
Africa, em parceria com a ONG internacional All Out, quantificou em uma
fila virtual o reflexo dessas regras. Contabilizando – por meio de uma
enquete online – homens homossexuais que gostariam de doar sangue e não
podem, a WastedBlood tem uma lista de 215.301 doadores em uma fila de
espera fictícia. Segundo a campanha, os possíveis doadores têm, em sua
maioria, entre 25 e 50 anos e poderiam ajudar 863.604 pessoas com um
estoque simbólico de 97.155 litros de sangue.
A regra de abstinência sexual de um ano para os homossexuais interessados
em doar sangue é nova em solo norte-americano. Ela vale desde 2015, quando
o FDA (Agência Federal de Drogas e Alimentos), órgão que equivale à Anvisa
brasileira, derrubou a norma que bania homens gays de doar sangue por toda
a vida e publicou as novas determinações similares às brasileiras. Para os
brasileiros, por sua vez, a regra já vale desde 2004. Voltada ao tema, a
campanha Igualdade na Veia, criada pelo Grupo Dignidade, já reúne mais de
19 mil assinaturas em petição online contra a regra vigente no Brasil. “Não é a
orientação sexual que deve eliminar um doador, mas sim o seu comportamento
de risco, independentemente se falamos de héteros ou homossexuais”, avalia
Toni Reis.
Disponível em:
http://www.ebc.com.br/cidadania/2016/06/dia-mundial-do-doador-de-sanguepolemica-envolve-doacoes-de-homossexuais-no-brasil
Tema de Redação: A inclusão
social do deficiente físico em questão no Brasil
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema A inclusão social do deficiente
físico em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Como sabemos, e como já foi referido, são inúmeros os obstáculos
existentes para os deficientes, sendo a inclusão escolar uma das grandes
barreiras no nosso país. “Uma escola para todos e para cada um” é um
grande objetivo a cumprir para a inclusão. Uma escola que acolhe as diferenças,
que colabora (…) será um bom princípio para combater a exclusão social. Dividir
a escola em termos de alunos “normais” e alunos “deficientes” não é
certamente um princípio inclusivo e o objetivo pretendido.
O caminho para termos uma sociedade incluída será, provavelmente,
aprofundar a Educação Inclusiva apoiando todos os alunos com dificuldades,
dando-lhes uma educação de qualidade num ambiente comunitário e diverso.”
Texto adaptado. Disponível em http://www.deficiencia.no.comunidades.net/index.php?pagina=117711808
Texto II
16. Financiamento Público para Ações de Inclusão
16.1 – Há alguma linha de financiamento público federal voltado para
programas de inclusão com pessoas de deficiência?
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio
do Programa de Apoio a Investimentos Sociais de Empresas (PAIS),
disponibiliza recursos para financiar os programas empresariais.
16.2 – Quais são os itens financiáveis?
Obras civis e adaptação física de instalações, equipamentos especiais,
ajudas técnicas – próteses, órteses, equipamentos, elementos especiais
para facilitar a comunicação, a informação e a sinalização, equipamento e
material pedagógico especial, maquinaria e utensílios de
trabalhos especiais -, capacitação de pessoal para convívio no trabalho
com as PPD, capacitação das PPD para assumirem postos de trabalho e
consultoria técnica para a realização dos projetos e atividades. As
informações podem ser encontradas na página do BNDES na internet:
http://www.bndes.gov.br/programas/sociais/pais.asp.”
Inclusão das pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho.
Ministério do Trabalho e Emprego, 2007
Texto III
Janeiro de 2016 marca o início de um novo olhar sobre os 45 milhões de brasileiros
com algum grau de deficiência. Entrou em vigor a Lei Brasileira de
Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/2015), que afirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos para
exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as
demais pessoas. Agora começa também a batalha para tornar realidade o rol
de direitos garantidos pela nova lei.
A semente da LBI foi lançada no Congresso Nacional, 15 anos atrás, pelo
então deputado federal Paulo Paim (PT-RS). Ao chegar ao Senado, ele
reapresentou a proposta, que acabou resultando na Lei 13.146/2015. A
tramitação na Câmara possibilitou à relatora, deputada federal Mara
Gabrilli (PSDB-SP), ajustar o texto original às demandas dos movimentos sociais
e aos termos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(Decreto Legislativo 186/2008), que recomendava a eliminação de qualquer
dispositivo que associasse deficiência com incapacidade.
— A LBI foi um grande avanço. Agora, entramos em um período de ajustes.
O ideal é criar uma cultura de inclusão e derrubar barreiras que ainda
existem. Ao se exercer os direitos previstos na lei, devem surgir casos de
punição por discriminação e isso vai ter um efeito cultural e pedagógico
positivo — comentou o consultor legislativo da área de Cidadania e
Direitos Humanos do Senado, Felipe Basile.
As inovações trazidas pela nova lei alcançaram, entre outras, as áreas
de saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e
transporte. A seguir, destacam-se alguns dos avanços fundamentais para a
conquista da autonomia na causa da deficiência.
Disponível em:
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/01/21/lei-brasileira-de-inclusaoentra-em-vigor-e-beneficia-45-milhoes-de-brasileiros
Tema de Redação: O suicídio
entre os jovens brasileiros – Como enfrentar esse problema?
Vai ficar de fora? Confira o tema O suicídio entre os jovens
brasileiros – Como enfrentar esse problema?
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema O suicídio entre os jovens
brasileiros – Como enfrentar esse problema?, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
Texto I
O suicídio tem crescido entre as causas de mortes de jovens até 19 anos
no Brasil. Em 2013, 1% de todas as mortes de crianças e adolescentes do
país foram por suicídio, ou 788 casos no total. O número pode parecer
baixo, mas representa um aumento expressivo frente ao índice de 0,2% de
1980.
Entre jovens de 16 e 17 anos, a taxa é ainda maior, de 3% frente ao número
total. O aumento também ocorre em relação às mortes para cada 100 mil
jovens dessa mesma faixa etária: a taxa foi de 2,8 por 100 mil em 1980
para 4,1 em 2013.
Os dados fazem parte da pesquisa Violência Letal: Crianças e
Adolescentes do Brasil. Eles foram compilados pela Flacso (Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais), um organismo de cooperação
internacional para pesquisa.
Segundo Alexandrina Meleiro, jovens imersos em redes sociais como
Facebook ou Instagram assistem a retratos de vidas fantásticas.
Internautas tendem a selecionar posts que exibam suas melhores conquistas
e construir cuidadosamente imagens coloridas de suas vidas. Por
comparação, a vida de quem assiste a esse espetáculo parece pior,
principalmente quando surgem problemas.
Dificuldades em lidar com ou ter a própria sexualidade aceita continuam
a contribuir para comportamento suicida. De acordo com Alexandrina
Meleiro, é comum que pais se digam compreensivos quanto à sexualidade dos
filhos, mas tenham problemas em lidar, na prática, com filhos não
heterossexuais.
Mortes por suicídio são cerca de três vezes maiores entre homens do que
entre mulheres. De acordo com cartilha da Associação Brasileira de
Psicologia sobre o tema do suicídio ‘papéis masculinos tendem a estar
associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de
risco’. O reforço desse papel pode impedir que homens procurem ajuda
em momentos de sofrimento. ‘Mulheres têm redes sociais de proteção mais
fortes.’
Maus tratos e abuso físico e sexual durante o desenvolvimento também
podem estar associados ao suicídio. De acordo com a professora, pessoas
suicidas tendem a se envolver em comportamentos autodestrutivos, como o
uso de drogas sem moderação. ‘Assim como o álcool contribui para a violência
contra o próximo, ele pode desencadear violência contra si mesmo.’
Ela também afirma que os jovens são em parte vítimas da própria criação.
Pais excessivamente focados em suas próprias carreiras e vidas pessoais
sentem-se culpados em relação aos filhos, e tendem a consolá-los com
conquistas materiais. “‘Se quebrou o iPhone, o pai providencia outro.’”
Esse excesso de proteção pode dificultar que o jovem desenvolva, por si
próprio, formas de lidar com a frustração com problemas do amadurecimento,
como uma desilusão amorosa ou dificuldades para encontrar um emprego.
Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/30/Por-que-precisamos-falarsobre-o-suic%C3%ADdio-de-jovens-no-Brasil
Texto II
O CVV — Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo em 1962, é
uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como
de Utilidade Pública Federal em 1973. Presta serviço voluntário e gratuito
de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que
querem e precisam conversar, sob total sigilo.
Realizamos mais de um milhão de atendimentos anuais por aproximadamente
2.000 voluntários em 18 estados mais o Distrito Federal. Esses contatos
são feitos pelo telefone 141 (24 horas), pessoalmente (nos 72 postos de
atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br via chat, VoIP (Skype) e e-mail.
É associado ao BefriendersWorldwide, entidade que congrega as
instituições congêneres de todo o mundo e participou da força tarefa que
elaborou a Política Nacional de Prevenção do Suicídio do Ministério da
Saúde.
Em setembro de 2015 iniciamos o atendimento pelo telefone 188, primeiro
número sem custo de ligação para prevenção do suicídio que, neste primeiro
momento só funciona no estado do Rio Grande do Sul, onde o 188 é operado
pelo CVV em fase de teste para ampliação a todo território nacional.
O CVV desenvolve outras atividades relacionadas a apoio emocional além
do atendimento, com ações abertas à comunidade que estimulam o
autoconhecimento e melhor convivência em grupo e consigo mesmo em todo o
Brasil. A instituição também mantém o Hospital Francisca Julia que atende
pessoas com transtornos mentais e dependência química em São José
dos CamposSP.
http://www.cvv.org.br/cvv.php
Texto III
A curta história de Ariele Vidal Farias integra um fenômeno crescente na
cidade de São Paulo: os casos de suicídio de jovens mulheres, com idade
entre 15 e 34 anos. Mais velha de três irmãos, Ariele vivia com a mãe —os
pais, separados, mas de convivência amistosa, contam que nunca notaram
sinais de depressão na primogênita. Em março de 2014, ao voltar para casa
à tarde, após a escola, a irmã mais nova encontrou Ariele enforcada. Ela
tinha 18 anos. A família descobriria depois que a ex-escoteira treinara os
nós a partir de um livro, deixado fora do lugar, e até uma boneca foi
encontrada nos seus pertences com um laço no pescoço. Na carta
de despedida, escreveu: “Gente morta não decepciona ninguém”.
O número de suicídios de mulheres de 15 a 34 anos na capital, que
representava 20% do total nessa faixa em 2010, pulou para 25% quatro anos
depois. De acordo com o “Mapa da Violência — Os Jovens do Brasil”, estudo
elaborado pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), a
taxa de suicídio dos jovens em São Paulo aumentou 42% entre 2002 e 2012.
“Tenho duas conjecturas para a decisão dela. Uma possível crise pela
descoberta da homossexualidade, ela tinha contado para uma tia que gostava
de uma menina, e o fato de ser muito exigente consigo mesma”, responde o
pai de Ariele, o oficial de justiça Ivo Oliveira Farias, 58. A filha se preparava
para seguir sua carreira. Dias depois do enterro, a família receberia
a notícia de que ela fora aprovada em direito.
Fenômeno que ocorre cada vez mais entre os jovens, homens ou mulheres, o
suicídio deve ser abordado sem estigmas, afirmam especialistas. Os
tratamentos psiquiátricos e psicológicos são recomendados para os
sobreviventes, estejam eles participando ou não de grupos como os do CVV
(Centro de Valorização da Vida). Na rede pública de saúde de São Paulo, a
Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) monitora casos de potenciais
suicidas. Se alguma pessoa for internada duas vezes seguidas por
intoxicação, por exemplo, o órgão pode encaminhá-la para acompanhamento.
Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/02/1742198-suicidio-de-jovensmulheres-avanca-em-sao-paulo.shtml
Tema de Redação: A
intolerância religiosa em discussão no Brasil
Vai ficar de fora? Confira o tema A intolerância religiosa em
discussão no Brasil
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema A intolerância religiosa em
discussão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Depois da II Guerra Mundial, a ONU adotou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, que colocava em pauta o “respeito universal e
observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião”. O ideal foi reforçado
em 1999, ano em que líderes budistas, protestantes, católicos, cristãos
ortodoxos, judeus, muçulmanos e de várias outras religiões se reuniram
para assinar o Apelo Espiritual de Genebra. O documento pedia aos líderes
políticos e religiosos algo simples: a garantia de que a religião
não fosse mais usada para justificar a violência. Passados muitos anos e
outras muitas tentativas de garantir a liberdade religiosa, grande parte
dos conflitos que hoje acontecem no mundo ainda envolve crenças e
doutrinas, que se misturam a uma complexa rede de fatores
políticos, econômicos, raciais e étnicos.
Disponível em:
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-conflitos-atuais-causados-por-diferencas-religiosas/
Texto II
A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes
ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de
intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de
ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de
extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e
até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum
certas crenças.
As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a
crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e
melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de
maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também
garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que
sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e
não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à
intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos
de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão.
Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio
ao grupo religioso a que é direcionada a crítica.
Adaptado
de: http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1041:intoleranciareligiosa&catid=231:crimesdeodio
Texto III
As denúncias de discriminação religiosa recebidas pelo Disque 100
(Disque Direitos Humanos) atingiram no ano passado seu maior número desde
2011, quando o serviço passou a receber esse tipo de denúncia.
Foram 252 casos reportados em 2015 ao serviço da Secretaria de Direitos
Humanos do governo federal. Houve um aumento de 69% em relação a 2014,
quando foram registradas 149 denúncias.
O Disque 100 passou a receber denúncias sobre casos de intolerância
religiosa em 2011. Foram então 15 queixas. Em 2012 o número subiu para 109,
e em 2013 foram 231. As estatísticas foram divulgadas nesta quinta-feira
(21), em cerimônia na Secretaria de Direitos Humanos para marcar o Dia
Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado nesta data.
Os Estados do Sudeste (veja abaixo a lista) concentram 42,8% das queixas
recebidas de todo o país.
A presidente da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, afirma que a
origem dos casos de intolerância religiosa é o preconceito contra as
religiões africanas. “A intolerância não é só religiosa. Quando você tem
intolerância religiosa você na verdade tem intolerância à cultura de um
povo. E a vítima no Brasil hoje é a matriz africana”, disse, durante debate no
evento para a divulgação dos dados.
Adaptado de: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/01/21/n-de-denuncias-de-intolerancia-religiosa-no-disque-100-e-maior-desde-2011.htm
Texto IV
Insultos, cusparadas, pedradas e ameaças de morte são algumas das
denúncias de agressões contra muçulmanos no Rio de Janeiro nos últimos
meses.
Depois dos adeptos das religiões de matriz africana, os seguidores do
islã são os que mais sofrem com a intolerância religiosa no estado,
segundo o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos da
Secretaria de Direitos Humanos e Assistência Social. Desde janeiro, pelo
menos uma denúncia é recebida mensalmente. A estimativa é que haja 2
mil muçulmanos vivendo no Rio.
O preconceito também é um obstáculo para as mulheres no mercado de
trabalho. Ana Carolina passou por cinco entrevistas e em todas a retirada
do véu durante o trabalho era pré-condição para a contratação. “Fiz vários
cursos de especialização em secretariado executivo e sou fluente em
inglês. As pessoas gostam do meu currículo, mas querem que eu tire o
véu, mesmo eu afirmando que ele não atrapalha meu desempenho. Para mim, é
como seu tivesse de trabalhar de sutiã. O véu não é um acessório para a
cabeça.”
Adaptado de:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-08/mulcumanos-estao-entre-principais-vitimas-de-intolerancia-religiosa
Tema de Redação: Publicação
de imagens trágicas – banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?
Vai ficar de fora? Confira o tema Publicação de imagens trágicas
– banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema Publicação de imagens trágicas
– banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto I
Um dos traços característicos da vida moderna é oferecer inúmeras
oportunidades de vermos (à distância, por meio de fotos e vídeos) horrores
que acontecem no mundo inteiro. Mas o que a representação da crueldade
provoca em nós? Nossa percepção do sofrimento humano terá sido desgastada
pelo bombardeio diário dessas imagens?
Qual o sentido de se exibir essas fotos? Para despertar indignação? Para
nos sentirmos “mal”, ou seja, para consternar e entristecer? Será mesmo
necessário olhar para essas fotos? Tornamo-nos melhores por ver essas
imagens? Será que elas, de fato, nos ensinam alguma coisa?
Muitos críticos argumentam que, em um mundo saturado de imagens, aquelas
que deveriam ser importantes para nós têm seu efeito reduzido: tornamo-nos
insensíveis. Inundados por imagens que, no passado, nos chocavam e
causavam indignação, estamos perdendo a capacidade de nos sensibilizar. No
fim, tais imagens apenas nos tornam um pouco menos capazes de sentir, de
ter nossa consciência instigada.
Susan Sontag. Diante da dor dos outros, 2003. Adaptado.
Texto II
Quantas imagens de crianças mortas você precisa ver antes de entender
que matar crianças é errado? Eu pergunto isso porque as mídias sociais
estão inundadas com o sangue de inocentes. Em algum momento, as mídias terão de
pensar cuidadosamente sobre a decisão de se publicar imagens como essas.
No momento, há, no Twitter particularmente, incontáveis fotos de crianças
mortas. Tais fotos são tuitadas e retuitadas para expressar o horror do que
está acontecendo em várias partes do mundo. Isto é obsceno. Nenhuma dessas
imagens me persuadiu a pensar diferentemente do modo como eu já pensava.
Eu não preciso ver mais imagens de crianças mortas para querer um acordo
político. Eu não preciso que você as tuite para me mostrar que você se
importa. Um pequeno cadáver não é um simbolo de consumo público. ́
Suzanne Moore. “Compartilhar imagens de cadáveres nas mídias sociais não
é o modo de se chegar a um cessar-fogo”. www.theguardian.com, 21.07.2014.
Adaptado.
Texto III
A morbidez deve ser evitada a todo custo, mas imagens fotográficas
chocantes que podem servir a propósitos humanitários e ajudar a manter
vivos na memória coletiva horrores inomináveis (dificultando, com isso, a
ocorrên- cia de horrores similares) devem ser publicadas.
Carlos Eduardo Lins da Silva. “Muito além de AylanKurdi”.
http://observatoriodaimprensa.com.br, 08.09.2015. Adaptado.
Texto IV
Diretor da ONG HumanRightsWatch, Peter Bouckaert publicou em seu Twitter
a foto do menino sírio de 3 anos que se afogou. Ele explicou sua decisão:
“Alguns dizem que a imagem é muito ofensiva para ser divulgada. Mas
ofensivo é aparecerem crianças afogadas em nossas praias quando muito mais
pode ser feito para evitar suas mortes.”
“Diretor de ONG explica publicação de foto de criança”. Folha de
S.Paulo, 03.09.2015. Adaptado.
Tema de Redação: O sistema
prisional brasileiro e os seus efeitos no século XXI
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema O sistema prisional brasileiro
e os seus efeitos no século XXI, apresentando proposta de intervenção,
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Em 1989, a gravação de um vídeo sobre aids me levou à Casa de Detenção
de São Paulo, o antigo Carandiru. Ao entrar no presídio, fui tomado por
uma excitação infantil tão perturbadora que voltei duas semanas mais tarde
para falar com o diretor. Nessa conversa acertamos que eu iniciaria um
trabalho voluntário de atendimento médico e palestras educativas, tarefa que
me permitiu penetrar fundo na vida do maior presídio da América Latina,
experiência descrita no livro Estação Carandiru, adaptado para o cinema
por Hector Babenco.
Fui médico voluntário na Detenção durante treze anos, até a implosão no
final de 2002. No começo, encontrei muita dificuldade no relacionamento
com os funcionários; não porque me tratassem mal, pelo contrário, eram
gentis e atenciosos, mas desconfiados. Quando me aproximava, mudavam de
assunto, trocavam olhares enigmáticos e frases ininteligíveis ou desfaziam
a rodinha; nas mínimas atitudes demonstravam estar diante de um corpo
estranho. Várias vezes me perguntaram se eu fazia parte de uma ONG, da
Pastoral Carcerária, de alguma associação de defesa dos direitos humanos,
ou se pretendia me candidatar a deputado.
A desconfiança tinha razões: alienígenas criam problemas nas cadeias,
microambientes sociais regidos por um código de leis de tradição oral,
complexo a ponto de prever todos os acontecimentos imagináveis sem
necessidade de haver uma linha sequer por escrito. O novato é antes de
tudo um ingênuo nesse universo em que a interpretação acurada dos fatos exige o
olhar cauteloso de homens calejados.
Com o passar dos anos, fiz amigos entre eles, alguns dos quais se
tornaram íntimos. Duas razões contribuíram para que me aceitassem como
personagem do meio, ou “do Sistema”, como costumam referir-se aos
funcionários do Sistema Penitenciário.
A primeira foi o exercício da medicina. Homens como eles ganham mal e
dependem da assistência dos hospitais públicos.
Perdi a conta de quantas consultas, de quantos conselhos sobre a saúde
de familiares me foram pedidos e do número de internações e tratamentos
que tentei conseguir — muitas vezes em vão.
A segunda foi por iniciativas menos nobres. A natureza do trabalho dos
guardas de presídio pouco os diferencia da condição do prisioneiro, exceto
o fato de que saem em liberdade no m do dia, ocasião em que o bar é
lenitivo irresistível para as agruras do expediente diário. (…)
Demolida a Detenção, a convite do funcionário Guilherme Rodrigues passei
a atender na Penitenciária do Estado, prédio construído pelo arquiteto
Ramos de Azevedo nos anos 1920, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico.
Escolhi a Penitenciária por ser acessível de metrô, por ter mais de 3 mil
presos e por ser dirigida pelo dr. Maurício Guarnieri, com quem eu tinha
trabalhado na Detenção.
Situada na parte de trás do Complexo do Carandiru, na avenida Ataliba
Leonel, a Penitenciária do Estado um dia foi orgulho dos paulistas. Nas
décadas de 1920 a 1940 não havia visitante ilustre na cidade que não fosse
levado para conhecer as dependências do presídio considerado modelo
internacional, não só pelas linhas arquitetônicas, mas pela filosofia
de “regeneração” dos sentenciados baseada no binômio silêncio e trabalho.
O prédio tem três pavilhões de quatro andares unidos por uma galeria
central que os divide em duas alas de celas: as pares e as ímpares, cada
uma das quais termina numa oficina de trabalho; no fundo, um cinema grande,
um campo de futebol e áreas para o cultivo de hortaliças.
Quando cheguei, o clima era de franca decadência: paredes infiltradas de
umidade, ação elétrica exteriorizada repleta de gambiarras, grades
enferrujadas, o velho cinema em ruínas, nem resquício das hortas, e o
campo de futebol desativado para evitar resgates aéreos. Projetadas para
ocupação individual, as celas abrigavam dois homens cada uma, situação ainda
assim incomparavelmente mais confortável que a dos xadrezes coletivos do
Carandiru e dos Centros de Detenção Provisória.
Os funcionários mais antigos lamentavam a deterioração. Como disse
Guilherme Rodrigues, ex-diretor-geral da Penitenciária, no início dos anos
2000:
— No passado, isso aqui era um brinco, tudo limpinho, organizado. Dava
gosto trabalhar. Nós entrávamos para o trabalho diário em formação
militar, o de trás marchava com a mão no ombro do companheiro da frente,
como se estivéssemos no exército.
Trecho de “Carcereiros”, de Drauzio Varella. Companhia das Letras: 2012.
Texto II
A desestruturação do sistema prisional traz à baila o descrédito da
prevenção e da reabilitação do condenado. Nesse sentido, a sociedade
brasileira encontra-se em momento de extrema perplexidade em face do
paradoxo que é o atual sistema carcerário brasileiro, pois de um lado
temos o acentuado avanço da violência, o clamor pelo recrudescimento de pena e,
do outro lado, a superpopulação prisional e as nefastas mazelas
carcerárias.
Vários fatores culminaram para que chegássemos a um precário sistema
prisional. Entretanto, o abandono, a falta de investimento e o descaso do
poder público ao longo dos anos vieram por agravar ainda mais o caos
chamado sistema prisional brasileiro. Sendo assim, a prisão que outrora
surgiu como um instrumento substitutivo da pena de morte, das torturas públicas
e cruéis, atualmente não consegue efetivar o fim correcional da pena,
passando a ser apenas uma escola de aperfeiçoamento do crime, além de ter
como característica um ambiente degradante e pernicioso, acometido dos
mais degenerados vícios, sendo impossível a ressocialização de qualquer
ser humano.
Texto III
A situação dos presídios no Brasil está pior hoje do que na época da
ditadura militar. A afirmação foi feita pelo cientista político Paulo
Vannuchi nesta sexta (23), durante audiência na Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH), em Washington (EUA).
Ex-preso político, Vanuchi foi ministro de Direitos Humanos do governo
Lula e desde 2013 é um dos sete membros da comissão.
“Como isso foi acontecer? Parece que a roda da história andou para
trás”, disse Vannuchi, com ar de perplexidade na audiência da CIDH que
ouviu denúncias sobre as revistas íntimas em presídios de países da
América Latina.
Segundo Vannuchi, os abusos se repetem em vários países da região, que
apesar da onda de democratização vivida a partir dos anos 80, não conseguiu
melhorar a situação de seus presídios.
“Está muito pior do que na época em que eu fui preso político”, reiterou
à Folha, sem apontar razões específicas para a deterioração. Vannuchi, 65,
foi preso político no regime militar e depois participou da elaboração do
livro Brasil Nunca Mais, que documenta crimes praticados pela ditadura.
Foi ministro da secretaria de Direitos Humanos entre 2005 e 2011.
Esta foi a primeira vez que a CIDH realizou uma audiência específica
para tratar das revistas íntimas nos presídios a pedido de 20 organizações
de direitos humanos do continente, entre elas a brasileira Conectas. O
governo de São Paulo foi alvo de críticas por não cumprir a lei estadual
que proíbe as revistas íntimas, que envolvem desnudamento de mulheres em
visitas a prisões.
Segundo Vivian Calderoni, advogada do programa de Justiça da Conectas, o
Brasil tem ao menos 11 normas que estabelecem proibições absolutas do
procedimento. Entre elas, a lei sancionada pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB) em 2014 no Estado de São Paulo.
“Contudo, passado mais de um ano da sua sanção, ainda não foi colocada
em prática, e os familiares dos mais de 200 mil presos do estado ainda são
submetidos à bárbara revista vexatória”, lamentou Vivian na audiência.
A alegação de que o procedimento é necessário por razões de segurança
não procede, afirma a Conectas. De acordo com a organização, um
levantamento mostrou que apenas 0,03% das revistas íntimas resulta em
apreensões de objetos considerados proibidos.
Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/10/1697959-situacao-de-presidios-brasileiros-e-pior-do-que-na-ditadura-diz-ex-ministro.shtml
Texto IV
Pretas, pardas, jovens, mães, com baixa escolaridade e condenadas por
tráfico de drogas. Este é o perfil predominante das mulheres encarceradas
no Brasil, segundo constata a pesquisadora e antropóloga Débora Diniz, do
Anis Instituto de Bioética, autora do livro “Cadeia: relatos sobre
mulheres”. Após uma pesquisa, realizada durante seis meses, na
Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), a Colmeia, Débora
verificou que o tráfico de drogas é a principal porta de entrada das mulheres
para o crime. Em geral, depois que seus companheiros, maridos, irmãos ou
pais também entraram nesse mundo.
O aumento do número de mulheres presas no Brasil, nos últimos 12 anos,
chama a atenção: 256%, quase o dobro em relação aos homens (130%), segundo
dados recentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Elas somam,
aproximadamente, 36 mil presas, representando cerca de 7% de toda a
população carcerária brasileira. Apesar disso, ainda há dificuldade em se
reconhecer – e lidar com – as diferentes formas de violência contra as
mulheres nessas condições.
“O presídio não foi uma instituição pensada para as mulheres (…), para
isso que nós chamamos a atenção para a feminização dos presídios no Brasil
e a entrada das mulheres no cenário dos crimes e das infrações penais; ou
seja, tudo aquilo que nós sabemos sobre os homens, elas estão em pior
situação do que eles”, afirma Débora.
Disponível em:
https://observatoriosc.wordpress.com/2015/10/14/mulheres-estao-em-pior-situacao-do-que-os-homens-nos-presidios-afirma-pesquisadora/
Vai ficar de fora? Confira o tema As redes sociais como meio de
ativismo
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema As redes sociais como meio de
ativismo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
O que é ciberativismo?
É uma forma de ativismo pela internet, também chamada de ativismo online
ou digital, usada para divulgar causas, fazer reivindicações e organizar
mobilizações.
“É uma arena complementar de mobilização e politização, somando-se a
assembléias, passeatas, atos públicos e panfletos”, diz o professor de
comunicação da Universidade Federal Fluminense Dênis de Moraes em seu
texto O Ativismo Digital, divulgado, claro, na internet.
Usado principalmente por ONGs e entidades civis, o ciberativismo é uma
alternativa mais democrática e acessível do que os meios de comunicação de
massa tradicionais e pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha
acesso à internet. E de várias formas.Você pode participar de fóruns
e grupos de discussões, mandar e-mails a representantes políticos exigindo
providências sobre determinada questão, assinar abaixo-assinados online
cobrando de empresas e autoridades o cumprimento dos direitos do consumidor
(…), apoiar a causa dos direitos humanos e defesa de minorias (…) e até
mesmo criar blogs para divulgar essas e outras causas, como o combate
à corrupção, a conservação da natureza e a propagação da cultura de paz.
(…) No fim de 2006, por exemplo, a caixa postal do senador mineiro Eduardo
Azeredo foi inundada por e-mails contrários ao projeto de lei que obrigava
a identificação dos usuários de internet antes de iniciar
qualquer operação que envolvesse interatividade. A mobilização surtiu resultado
e o projeto acabou sendo arquivado.
Disponível em:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_281598.shtml
TEXTO II
O apoio a causas pela internet motiva ações no mundo real? Segundo uma
pesquisa da Universidade de British Columbia, no Canadá, esse tipo de
manifestação on-line pode ter, na verdade, um efeito inverso. Segundo o
estudo, a sensação de dever cumprido provocada pelo clique no botão
“curtir” estimula as pessoas a deixarem de lado ações mais significativas, como doar
dinheiro a instituições ou se engajar de fato em um trabalho voluntário.
O objetivo dos cientistas era investigar um fenômeno que ainda gera
controvérsias entre estudiosos, conhecido como slacktivism. O termo em
inglês, surgido em 1995, é formado pelas palavras slack (preguiçoso,
negligente) e activism (ativismo). Na época, a expressão se referia
às atividades feitas por jovens na internet para afetar a sociedade de
forma progressiva. Atualmente, porém, é usada para definir atos de apoio
que têm como único resultado real a satisfação pessoal de quem constrói
uma falsa imagem de engajamento sem fazer muito esforço.
Na investigação, os pesquisadores canadenses conduziram uma série de
testes para verificar se, após demonstrarem apoio a uma instituição, as
pessoas se sentiam mais ou menos dispostas a doar dinheiro a essa
entidade. No mais significativo deles, um grupo de voluntários ganhou
broches para mostrar apoio aos veteranos de guerra. Enquanto uma parte era
convidada a usar o bottom, a outra era orientada a não exibi-lo. Depois,
todos os participantes foram convidados a fazer uma doação. Entre os que
ganharam as peças, mas não a penduraram na roupa, o índice de contribuição
foi bem mais alto; já os que ostentaram o símbolo não doaram muito mais do
que as pessoas que não receberam brinde.
Disponível em:
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/11/28/noticia_saudeplena,146533/apoio-a-causas-em-redes-sociais-produz-sensacao-de-dever-cumprido.shtml
TEXTO III
Um indício de que o fascínio com o poder das redes sociais para
divulgação de temas políticos poderia estar sendo exagerado vem do fato de que
os milhões de usuários que recobriram a foto de seu perfil com as cores do
movimento gay representam menos de 2% das contas do Facebook (no Brasil, a
porcentagem não é divulgada) – e quem viu a maior parte dos amigos trocar
a imagem pode estar simplesmente associado a mais pessoas que são favoráveis ao
casamento gay.
Para o professor de comunicação política Wilson Gomes, da Universidade
Federal da Bahia (UFBA), no entanto, isso não é motivo para desprezar a
força do ativismo on-line. “Primeiro, porque não é verdade que as pessoas
só convivam com iguais nas redes. Se fosse assim, não haveria a ‘trolagem’,
não haveriam confrontos. E também porque as pessoas não são
monolíticas: podem concordar com uma opinião de seus amigos, mas não com
outras”, diz.
Convivendo com pessoas que pensam diferente e que exibem, às vezes em
grandes grupos, simultaneamente, a mesma posição, torna-se mais provável
que as pessoas passem a refletir mais sobre um tema – ou porque não tinham
pensado nele, ou porque começam a admitir que o argumento dos amigos é
válido. Ou até por questões psicológicas, conforme diz o professor Jamil
Marques, do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará
(UFC). “Temos sempre medo de ficarmos isolados, e às vezes isso pode nos
fazer rever posições”, diz.
Marques reforça o que disse o filósofo Kwame Anthony Appiah, de
Princeton. Em seu livro O Código de Honra, Appiah afirma que muitas
revoluções morais se dão porque as pessoas que resistem à mudança, com o
tempo, passam a se sentir ridicularizadas. Ele cita o exemplo dos chineses
que obrigavam as mulheres a deformar os pés para que ficassem artificialmente pequenos.
Quando a convivência com os ocidentais aumentou, o costume foi abolido para que
a China não ficasse mal no cenário internacional.
Por outro lado, afirma o cientista político Sérgio Braga, da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), o ativismo, somado aos algoritmos
das redes sociais, podem também levar as pessoas não a mudar suas
posições, mas a recrudescer a divergência. “Esse é um risco real da
internet. Criar intolerância com quem pensa diferente”, diz.
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/o-ativismo-de-facebook-funciona-a2gv7jl59b5zl930qlb1uzep
Tema de Redação: Fome no
Brasil – Como enfrentar esse problema?
Confira, abaixo, a proposta de redação.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, texto dissertativo-argumentativo em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema Fome no Brasil – Como
enfrentar esse problema?, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
A redução mais significativa da fome no Brasil aconteceu em 2012, aponta
relatório das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira (27). Nesse ano,
o País alcançou duas metas da entidade internacional: cortar pela metade o
número de pessoas passando fome e reduzir esse número para menos de 5% da
população.
O relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015”, divulgado
pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), nesta quarta-feira (27), destaca os avanços brasileiros na redução
do número de pessoas em situação de fome conquistado nos últimos anos. O
Brasil é o país, entre os mais populosos, que teve a maior queda de subalimentados
entre 2002 e 2014, 82,1%. No mesmo período, a América Latina reduziu
em 43,1% esta quantidade.
Entre os mais populosos, o País também é aquele que apresenta a menor
quantidade de pessoas subalimentadas. São 3,4 milhões no Brasil, pouco
menos de 10% da quantidade total da América Latina, 34,3 milhões.
“O relatório confirma o esforço e reconhece a trajetória do Brasil na
ação de redução da pobreza e do combate à fome”, ressaltou a ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
“O Brasil, ao contrário de outros países do mundo, sempre foi um grande
produtor de alimentos. E, mesmo assim, a população passava fome. O nosso
problema não era a disponibilidade de alimentos, era acesso aos alimentos
e à renda. E isso conseguimos alcançar com políticas públicas”, explicou.
A publicação aponta também que o País alcançou todas as metas das Nações
Unidas em relação à fome. O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
era de reduzir pela metade a fome e o da Cúpula Mundial de Alimentação era
de reduzir pela metade os números absolutos de subalimentados. O Brasil é
um dos 29 países que conseguiram alcançar essas duas metas.
“O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que está em processo
de formatação, visa reduzir em até menos de 5% até 2030. Desde o ano
passado, nós já conseguimos alcançar esta meta”, contou a ministra.
As ações de segurança alimentar desenvolvidas e o Programa Bolsa Família
foram citados como cruciais para o crescimento inclusivo que o Brasil
alcançou.
“A proteção social pode estabelecer um círculo virtuoso de progresso à
população pobre com melhores salários, empregos e rendas”, destaca o
relatório. “Estes programas reduziram significativamente a desigualdade de
renda – entre 2000 e 2012, a renda média do quintil mais pobre da população
(20%) cresceu três vezes mais rápido que a dos 20% mais ricos.”
Disponível em:
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/05/fome-cai-82-no-brasil-destaca-relatorio-da-onu
TEXTO II
Uma pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira revela que, apesar
dos avanços, o Brasil ainda encontra um cenário preocupante no
enfrentamento da fome. Segundo o levantamento, a insegurança alimentar
grave atingia, em 2013, 3,2% (2,1 milhões) dos domicílios, com 7,2 milhões
de habitantes (3,6% do total).
Em insegurança alimentar leve, estavam 14,8% (9,6 milhões) dos lares,
com 34,5 milhões de habitantes e 17,1% a população. Em insegurança
moderada, havia 4,6% (3 milhões) das residências, onde moravam 10,3
milhões de pessoas, 5,1% dos moradores.
A boa notícia da pesquisa é que cresceu em 10 anos a proporção de
domicílios com acesso adequado aos alimentos, em quantidade e qualidade.
Chegaram a 50,5 milhões de residências – mais de três quartos do total de
65,3 milhões. Neles, moravam 149,4 milhões de pessoas, 74,2% dos
habitantes do país.
Disponível em:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/12/mais-de-7-milhoes-ainda-passam-fome-no-brasil-aponta-ibge-4665902.html